Fala, pessoal!
Não sei quanto a vocês, mas eu tenho o
hábito de leitura, o que contribui muito para meu raciocínio e aprendizado.
Hoje quero falar com vocês um pouco sobre o que diz Maquiavel no livro “O Príncipe”.
Quero fazer um paralelo com a conquista
de mercado e das atitudes do empreendedor. O que vemos hoje é uma constante
busca por novos mercados e oportunidades.
Por vezes os mercados, que aqui vou
chamar de principados, conquistam o nicho de outro e outras vezes eles são
herdados.
Maquiavel em O Príncipe, faz uma
distinção entre os principados e diz que pode ser hereditário ou novo. Diz, que
nos Estados hereditários há bem menos dificuldades para conservá-los, bastando
não desprezar as regras ancestrais. Ao contrário, nos Estados novos, após a conquista,
sempre tem a necessidade de oprimir os conquistados. Não sendo possível, manter
a amizade daqueles que foram a favor da própria ocupação e ainda com desejo de
obter benesses do novo príncipe.
Maquiavel
afirma que há três modos de conservar Estados conquistados que, antes, estavam
habituados a viver conforme suas leis. “A primeira é destruí-los, a segunda
é habitá-los pessoalmente e a terceira é deixá-los sob suas leis, garantindo um
tributo e criando um governo de poucos, dos quais conserve a amizade. Afirma,
enfim, que não há maneira segura de possuir a província, a não ser
destruindo-a.”
Que
nos principados inteiramente novos, o novo príncipe encontrará maior ou menor
dificuldade dependendo do seu próprio valor. Afirma que “o fato de se tornar
príncipe pressupõe sorte ou valor, mas aquele que depende menos da sorte
conserva-se mais no poder.”
Afirma
que os que, pela sorte, passam de cidadãos comuns a príncipes, a muito custo
conseguem manter-se no poder. Não encontram grandes dificuldades no caminho do
poder, mas todas as dificuldades surgem quando já estão nele instalados.
O
livro é denso e nos traz uma gigantesca gama de possibilidades de discussões filosóficas,
mas vamos por ora parar aqui e pensarmos.
Qual
o paralelo podemos traçar com os negócios? Como podemos enxergar os conceitos
de Maquiavel neste mundo tão próprio.
Me atrevo
a dizer por experiência e não conceito, que vejo sim um paralelo.
Eu
procuro em minha vida sempre construir. Este é meu lema a construção. Penso
que sozinho ninguém faz nada, então é construindo junto com parceiros que vemos
uma possibilidade real de futuro. Futuro para todos.
Nos negócios
antigos, os tradicionais, que são passados de pai para filho, empresas já
estabelecidas, que chamarei aqui de principados hereditários para traçar o
paralelo, vemos estruturas já consolidadas como nichos de mercado, forma de
atuação, forma de administração, enfim todo o necessário para a sua manutenção.
Não significa que não possa ser reciclado, modernizado ou alterado em suas
estruturas, mas estão consolidadas.
Em
tese, a menos que haja um revés, elas se mantem em pleno funcionamento seguindo
a estruturas existentes.
No caso de empresas novas, aquelas que
são criadas do zero, colocadas em pé, partindo do olhar empreendedor e com uma
vontade gigantesca de construir, faço aqui um paralelo com o principado/estado
novo, onde após a conquista, surge “a necessidade de oprimir os
conquistados, não sendo possível, além do mais, manter a amizade ...”
Vamos entender isso de forma figurada,
onde a opressão significa ingressar no mercado de forma agressiva, com meios de
comunicação em massa, invadindo e conquistando os nichos e mercados existentes.
Claro que quando isso acontece, as
empresas estabelecidas não se sentem confortáveis com aquele conquistador que
seduz e traz para si os clientes que já estavam estabelecidos em seus principados
tradicionais.
O novo príncipe, aqui visto como
empreendedor, terá que possuir uma estratégia pensada e testada, dentro do possível
e possuir de fato valor. Valor não no sentido econômico, mas valor de ordem
moral.
Pois a destruição por si só, não agrega
valor ao seu novo empreendimento. Exercer o poder com critério e moderação,
utilizando-o para construir, esta a meu ver é a chave do sucesso. Isto certamente
fará com que encontre menor dificuldade.
Maquiavel afirma ainda que o príncipe
que tem boa reputação dificilmente será atacado, pois não será alvo de
conspirações e que “pode sustentar-se por si só o principado que está em
condições, pela grande quantidade de homens ou de dinheiro, de reunir um exército
adequado e combater quem o ataque.”
Ou
seja, ter estratégia, valor e espírito de construção e respeito aos seus
parceiros e inclusive quanto aos seus oponentes.
E ainda,
que com bons exércitos e bons amigos; se tiver bons exércitos terá bons amigos,
diz Maquiavel.
O empreendedor,
deve, como o príncipe esforçar-se por deixar uma imagem de grande homem. E essa
imagem se constrói quando se respeita o valor de cada um e busca o bem comum, que
deve fazer parte de toda construção.
Penso
que neste momento é que construímos de verdade um grande homem. Um grande homem
empreendedor.
Diz para mim aí nos comentários o que
você acha.
Valeu!
Emerson Morresi
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