via ITmídia
Cientistas do Reino Unido conseguiram criar, pela primeira vez, em laboratório um organismo vivo com código de DNA completamente sintético. Liderado por pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular, o estudo representa um marco na engenharia genética que pode impulsionar avanços no tratamento de doenças e no desenvolvimento de medicamentos.
A pesquisa levou dois anos para redesenhar o material genético da bactéria Escherichia coli, normalmente encontrada no intestino humano, e criar uma nova versão.
O genoma artificial é o maior já construído na história da ciência. Possui 4 milhões de pares de bases nitrogenadas (G, A, T e C). As letras do DNA são combinadas em trio dentro das células, sendo que há 64 combinações possíveis (códons), que formam 20 aminoácidos. Os pesquisadores fizeram mais de 18 mil trocas e conseguiram reescrever o código genético da bactéria, com apoio de computadores, utilizando 61 códons.
"Não estava claro se era possível fazer um genoma tão grande e se era possível mudá-lo tanto", declarou Jason Chin, especialista em biologia sintética que liderou o projeto, em entrevista ao The Guardian.
Os resultados da pesquisa, publicada na revista Nature, deram origem a um microorganismo com um código de DNA completamente alterado – é a primeira vez que o DNA é recriado com sucesso em uma versão mais reduzida. Batizado de Syn61, o organismo é um pouco mais alongado que o normal e cresce mais lentamente.
Os cientistas acreditam que essa recriações de organismos podem ser extremamente úteis pois, como seus DNAs são diferentes, são mais resistentes a vírus. Novos estudos serão conduzidos para decifrar os benefícios desses organismos sintéticos.
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