sexta-feira, 24 de maio de 2019

Cientistas criam, pela primeira vez, organismo com genoma sintético

Cientistas criam, pela primeira vez, organismo com genoma sintético

Cientistas do Reino Unido conseguiram criar, pela primeira vez, em laboratório um organismo vivo com código de DNA completamente sintético. Liderado por pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular, o estudo representa um marco na engenharia genética que pode impulsionar avanços no tratamento de doenças e no desenvolvimento de medicamentos.

A pesquisa levou dois anos para redesenhar o material genético da bactéria Escherichia coli, normalmente encontrada no intestino humano, e criar uma nova versão.

O genoma artificial é o maior já construído na história da ciência. Possui 4 milhões de pares de bases nitrogenadas (G, A, T e C). As letras do DNA são combinadas em trio dentro das células, sendo que há 64 combinações possíveis (códons), que formam 20 aminoácidos. Os pesquisadores fizeram mais de 18 mil trocas e conseguiram reescrever o código genético da bactéria, com apoio de computadores, utilizando 61 códons.

"Não estava claro se era possível fazer um genoma tão grande e se era possível mudá-lo tanto", declarou Jason Chin, especialista em biologia sintética que liderou o projeto, em entrevista ao The Guardian.

Os resultados da pesquisa, publicada na revista Nature, deram origem a um microorganismo com um código de DNA completamente alterado – é a primeira vez que o DNA é recriado com sucesso em uma versão mais reduzida. Batizado de Syn61, o organismo é um pouco mais alongado que o normal e cresce mais lentamente.

Os cientistas acreditam que essa recriações de organismos podem ser extremamente úteis pois, como seus DNAs são diferentes, são mais resistentes a vírus. Novos estudos serão conduzidos para decifrar os benefícios desses organismos sintéticos.

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