segunda-feira, 5 de junho de 2017

Falha em sistema de boletos usado pela Avast expôs dados de clientes

Falha em sistema de boletos usado pela Avast expôs dados de clientes
via G1

Uma brecha no sistema de pagamentos da Nexway, usada pela fabricante de antivírus Avast, expôs os dados dos clientes que compraram o antivírus tcheco por meio de boleto. A Nexway garantiu que, apesar do problema, não houve abuso do sistema, ou seja, os dados não foram indevidamente acessados por ninguém. A brecha foi corrigida na quarta-feira passada (31).

A Nexway fornecia os boletos por meio de um endereço web com uma terminação numérica. Cada cliente recebia um boleto com o próximo número da sequência (5, 6, 7, por exemplo). Com isso, era possível obter os boletos de outros clientes trocando o número no endereço mostrado pelo navegador. Com a correção da falha, a Nexway passou a usar uma chave aleatória para identificar o boleto, o que praticamente impossibilita a obtenção de documentos destinados a outras pessoas.

Nem todos os clientes da Avast ficaram expostos, já que a companhia também recebe pagamentos pela Digital River, que usa outro sistema. Todos os pagamentos tentados pela coluna Segurança Digital caíram no sistema da Digital River, mas a Avast confirmou que usa as duas empresas.

A brecha foi identificada pelo analista de segurança da informação David de Paula Santos no dia 13 de maio. No dia seguinte, o analista procurou a coluna Segurança Digital para intermediar o contato com a companhia de antivírus. Após tentativas de reproduzir a falha, a empresa foi procurada no dia 22.

"Como cliente, me senti impressionado, pois qualquer pessoa ao comprar o software, e com o mínimo de conhecimento de informática, poderia, ao finalizar a compra por boleto, editar os números no final da URL para simplesmente ver o que acontece e obter as informações de compras de outras pessoas, incluindo o endereço pessoal delas", afirmou o analista.

Santos teoriza que golpistas poderiam usar as informações presentes nos boletos para realizar outras fraudes. Para ele, a exposição dos dados coloca a brecha em um "nível alto".

A fabricante de antivírus disse que verifica se uma empresa "é confiável e seus serviços são seguros" antes de iniciar um trabalho com uma terceirizada. "Em casos raros, quando um problema é trazido ao nosso conhecimento, como este apresentado, nós cuidamos disso com a maior seriedade e imediatamente contatamos a empresa prestadora de serviço para resolver o problema o mais rápido possível. Neste caso, a Nexway já corrigiu a falha", afirmou a empresa, em comunicado.

Segundo a Nexway, os links para os boletos são válidos por 60 dias, o que diminui o impacto do problema. Eles também alegaram que o erro não permite a obtenção indevida de licenças do Avast e nem expõe senhas e endereços de e-mail.

A coluna Segurança Digital verificou que links gerados anteriormente continuam válidos, o que significa que uma parcela dos consumidores ainda está exposta. Por isso, a coluna não divulgará o link vulnerável.

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